Post publicado originalmente em jan° 2013

Trinta e uma dicas de Português
José Horta Manzano
1. Vc. deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2. O escritor deve prescindir de recorrer ao uso de estilo de escrita em demasia rebuscado. Tal prática costuma advir do excessivo esmero com que exibicionistas ― nem sempre ínclitos ―, cuja autoincensação decorre justamente do parco conhecimento linguístico de que dispõem, chegam a raiar o paroxismo narcisístico, sem contar, para tanto, com supedâneo sólido no que tange à formação escolástica no campo da língua pátria.
3. Anule aliterações antipáticas altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Fuja de lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando parecer relevante) é geralmente desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem vernácula são o top.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou?… Então, valeu!
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é erro fatal em todas as circunstâncias.
11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai-se tornar palavra repetitiva. A repetição da palavra pode até fazer que a palavra repetida desqualifique o texto onde tal palavra for constantemente repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “― Quem cita os outros não tem idéias próprias”.
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, isto é, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes, ou seja, basta mencionar cada argumento uma só vez. Por outras palavras: evite repetir a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que usar a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: “Mesóclises: evitá-las-ei!”
23. De regra importante esquecer não nunca: crucial a das palavras é ordem!
24. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
25. Não abuse das exclamações!!! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!! Acaba parecendo uma tuitada!!!
26. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia por elas abarcada e, por compreenderem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna seu conteúdo accessível, forçam, destarte, o infeliz leitor a dissecá-las nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
27. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língoa portu-guêza.
28. Seja incisivo e coerente. Ou não.
29. Não vá estar escrevendo (nem vá estar falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e vai estar causando ambiguidade. Com certeza, você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda vão estar acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza de que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em abandonar esta maneira irritante de estar falando.
30. Venha cá, meu rei! Outra barbaridade que deves evitar, tchê, é usar expressões que denunciem a região de onde vens, ô meu! Uai…esquece esse trem! Vixi… entendeu, bichinho?
31. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém vai aguentar, já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.
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