Bolsonaro, o insulto e a Macedônia

José Horta Manzano

Se o distinto leitor não sabe muito sobre a Macedônia do Norte, não há por que ficar encabulado: quase ninguém sabe nada. O minúsculo país, com dois milhões de habitantes e superfície menor que a do estado de Alagoas, é produto da explosão da antiga Iugoslávia. Sem saída para o mar, está encravado entre Grécia, Bulgária, Sérvia e Kosovo. Como se dizia antigamente, fica pra lá do fim do mundo.

Em média, doutor Bolsonaro costuma protagonizar um escândalo por dia. A maioria é para uso interno e não atravessa fronteiras. Alguns, no entanto, são de alcance internacional. O deste fim de semana, produzido sábado passado, é tipo exportação. Repercutiu forte na mídia europeia. Chegou até à longínqua Macedônia – uma façanha!

Reporter – Jornal online da Macedônia
Tradução da manchete: “Macron tem inveja de eu ter mulher melhor que a dele”- Bolsonaro insulta Brigitte por causa da aparência física

Aos que ainda não sabem e quiserem conhecer os detalhes sórdidos da história, aconselho consultar a mídia ou as redes. Aqui ou também aqui, por exemplo. Resumo: doutor Bolsonaro endossou um comentário, postado numa rede social, que zombava da aparência física de Madame Brigitte Macron, mulher do presidente da França. Se o pecado já é repugnante em si, é surrealista que um chefe de Estado tenha ousado cometê-lo. E é desesperador que esse chefe de Estado seja o presidente de nosso país.

Na França é, compreensivelmente, o assunto do dia. No resto da Europa, idem. Ai, senhor, que vergonha! Já tirei, faz anos, a bandeirinha verde-amarela que estava grudada no porta-malas do carro. Não são as molecagens desse presidente ignorante e malcriado que me farão içar de novo o pavilhão.

Ofensas como essa não se esquecem facilmente. Guerras já estouraram por menos que isso. Um dia, os brasileiros, mesmo não sendo diretamente culpados, acabarão pagando a conta. A não ser que se redimam destituindo o presidente. Porquoi pas? – por que não? De todo modo, o próximo não poderá ser pior. Ou?

A briga de vizinhos e o relógio

José Horta Manzano

Você sabia?

Eu me lembro que, quando era criança, havia um relógio em casa. Um só. Soberano, reinava pendurado na parede do corredor. Empoleirado lá em cima, dominava o ambiente. Dono e senhor do tempo, ditava o ritmo da família.

Hoje não é mais assim. A gente vive rodeado de relógios. Tem o do celular, o do computador, o do micro-ondas, o de pulso, o de cabeceira, o do rádio, o do banheiro, o do carro, o de cima da geladeira, aquele que anda esquecido no fundo da gaveta em pré-aposentadoria. Ah, e tem ainda o do corredor, bastante deprimido com tanta concorrência.

Em princípio ‒ digo bem: em princípio ‒, todos deveriam marcar a mesma hora, questão de coerência. Na prática, todavia, a teoria se perde. Ao marcar um minuto a mais ou a menos que o vizinho, parece que cada um dos reloginhos faz questão de afirmar a própria singularidade. Um resto de rebeldia adolescente, sem dúvida.

Lá pelo meio de janeiro, notei que o relógio do forno elétrico andava meio preguiçoso. Fugindo ao costume de empatar com o do rádio, deu de atrasar. Começou com um minuto. Uma semana depois já atrasava dois minutos que, dias mais tarde, já eram três. Imaginei que o mecanismo estivesse sofrendo de reumatismo em razão da velhice. Achei até curioso que relógio também sofresse esses achaques.

Mas a coisa foi piorando. Na segunda semana de fevereiro, quando a defasagem já atingia seis minutos, resolvi dar uma colher de chá ao ancião: acertei o relógio. Não deu uma semana, e o rebelde já corria, penosamente, dois minutos atrás da hora certa. Cheguei a pensar em trocar de forno, mas uma reflexão mais profunda me acalmou. Não vale a pena usar canhão pra caçar pardal.

Eis senão quando fiquei sabendo da razão desse desarranjo. Nulo em física, não tenho condições de explicar tim-tim por tim-tim. Vou-lhes vender o peixe pelo preço que paguei. O problema vem de uma briga de vizinhos que ocorre a dois mil quilômetros daqui, lá pelas bandas da Península Balcânica.

Para entender, precisa saber duas coisas. A primeira é que a rede elétrica europeia é toda interligada, providência bastante prática. Quando um país não tem como responder a um aumento da demanda interna, compra energia dos vizinhos. Esse toma lá dá cá se faz de maneira semiautomática. A segunda informação é que o Kosovo, pequena província que se separou unilateralmente da antiga Iugoslávia, não é reconhecido pela Sérvia como país independente. Os dois vivem mostrando a língua e tentando passar rasteira mutuamente.

Em meados de janeiro deste ano, o Kosovo decidiu privar a Sérvia do excedente de energia. Só para atazanar o vizinho, as autoridades kosovares preferiram desperdiçar eletricidade em vez de ceder ao vizinho, como manda o figurino. Esse pequeno incidente gerou reflexo no sistema de distribuição da Europa inteira. A frequência da rede, normalmente de 50 herz, baixou a 49,996 herz. Essa minúscula variação não altera em nada a potência da eletricidade. Lâmpadas continuam acendendo e motores funcionam sem problema.

Acontece que relógios elétricos ‒ isso eu não sabia ‒ são regulados pela frequência. Se ela foi maior que 50 herz, os bichinhos adiantam. Se for menor, atrasam. Daí o descompasso de reloginhos de forno e de despertadores ligados na tomada. Os governos europeus estão atualmente empenhados em reconciliar os vizinhos bicudos. Não há perigo de estourar uma guerra, mas permanece o risco de muito cidadão continuar chegando atrasado ao trabalho.

Uns que choram

José Horta Manzano

A queda do Muro de Berlim e o esfacelamento da União Soviética provocaram uma onda de choque que varreu todo o leste europeu. Durante os anos que se seguiram, os países satélites da URSS sentiram que era chegado o momento de reaver a independência perdida no epílogo da Segunda Guerra.

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

Um a um, foram todos retomando a soberania que havia sido posta de molho durante mais de quarenta anos. A Iugoslávia, embora não sendo propriamente um «satélite», foi palco de processo mais traumático que os demais. Guerras fratricidas ensanguentaram a região durante anos. Ao final, a federação explodiu e deu lugar a meia dúzia de pequenos países independentes.

Entre eles, está a Eslovênia. Apesar do território exíguo e da população diminuta ‒ ou talvez por causa disso ‒, separou-se mais tranquilamente que os vizinhos. Quando, por plebiscito, os eslovenos optaram pela independência, o poder central iugoslavo fez menção de invadir o novo Estado. Mas o conflito durou pouco. Em poucos dias, sob pressão da Comunidade Europeia, um tratado selou a separação e pôs fim às hostilidades.

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

O território esloveno é pouco menor que o de Sergipe. A população do país não passa de dois milhões de pessoas. Assim mesmo, o PIB por habitante é quase o dobro do brasileiro. O país é tranquilo, com paisagens muito bonitas, um daqueles lugares de que pouco se fala, onde raramente acontece algo importante.

Estes dias, enquanto eventual eleição de Donald Trump assustava muita gente, as expectativas na Eslovênia divergiam do resto do mundo. A razão é peculiar: a eslovena Melania Trump (nascida Melanija Knavs) será a nova primeira-dama americana pelos próximos quatro anos. A ex-modelo está casada há onze anos com o presidente eleito.

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

Chamada da mídia eslovena, 9 nov° 2016

Ao falar de Trump, a mídia eslovena nunca perde a ocasião de dirigir os holofotes para Melania. Se os cidadãos do pequeno país pudessem ter votado, Trump teria sido eleito por maioria staliniana se não por unanimidade.

Uns que choram, outros que riem. E vamos em frente.

Desalinhados

José Horta Manzano

Você sabia?

No começo dos anos 1960, a Guerra Fria comia solta. O mundo, inquieto, temia que, a qualquer momento, a guerra esquentasse. Já à época, as duas superpotências ‒ EUA e União Soviética ‒ tinham arsenal nuclear capaz de aniquilar a humanidade. Vivia-se em tensão permanente.

Alguns países de importância secundária, na intenção de mostrar-se independentes tanto do bloco americano quanto do soviético, agruparam-se. Com o incentivo do Egito de Nasser, da Iugoslávia de Tito e da Índia de Nehru, dezenas de países médios e pequenos juntaram-se ao Movimento dos Não-Alinhados.

Não é fácil conciliar interesses de países díspares e espalhados pelo planeta. O objetivo do grupo nunca foi muito claro. Por exemplo, Cuba, membro fundador, embora se declarasse “não-alinhado”, estava visceralmente ligado ao bloco comunista, liderado pela União Soviética.

Nasser (Egito), Nehru (Índia) e Tito (Iugoslávia) Mentores do Movimento dos Não-Alinhados, 1961

Nasser (Egito), Nehru (Índia) e Tito (Iugoslávia)
Mentores do Movimento dos Não-Alinhados, 1961

Os países africanos, que acabavam de conquistar independência, entraram quase todos para o Movimento. Como a Cuba dos Castros, a maioria deles estava alinhadíssima com a URSS, ainda que alguns mostrassem simpatia pelo bloco ocidental. Resumindo, grande parte dos membros era constituída de não-alinhados pero no mucho.

Com a queda do Muro de Berlim e o desaparecimento da União Soviética, o Movimento dos Não-Alinhados perdeu a razão de existir. No entanto, por razões que a razão nem sempre explica, não foi dissolvido. Continua, firme e forte, a organizar cúpulas a cada dois, três ou quatro anos. Os interesses dos membros continuam tão divergentes como sempre foram, mas… quem se importa com esse detalhe?

Registre-se que o único país europeu a participar do Movimento é a Bielorrúsia. Quanto aos países ibero-americanos, vários integram o grupo com a notável exceção das três maiores economias: Brasil, México e Argentina. Praticamente todos os africanos são membros. Os grandes deste mundo (EUA, China, Japão, União Europeia, Rússia) não participam da encenação.

Nicolas Maduro by Darío Castillejos, desenhista mexicano

Nicolas Maduro
by Darío Castillejos, desenhista mexicano

Que discutem nas reuniões? Que resoluções tomam? Que ideologia seguem? Difícil dizer. Quando se juntam visões de mundo heterogêneas ‒ Timor Leste, Paquistão, Burundi, Equador, Afeganistão, Suriname ‒ entre dezenas de outros ‒ é complicado chegar a alguma espécie de consenso.

Mas a vida segue e o Movimento dos Não-Alinhados sobrevive. A Venezuela, mergulhada no caos político e econômico, está recebendo a reunião de cúpula de 2016 do clube dos não-alinhados.

Que um país que não consegue alimentar o próprio povo acolha autoridades de mais de cem países ‒ sem contar as respectivas comitivas ‒ é decisão singular. O tiranete Nicolás Maduro há de ter esperança de que a festa distraia, por um momento, o ronco das barrigas vazias dos infelizes venezuelanos.

Adversários só em campo

José Horta Manzano

Apesar de desregrada por dentro, a Fifa continua ditando, editando, confirmando, revogando e chancelando regras futebolísticas. Entre elas, há uma que diz respeito à nacionalidade de jogadores. Todos os convocados por uma seleção nacional têm de ter a nacionalidade do país que representam. Parece lógico. Um time pode ter atletas estrangeiros, fato comum. Já uma seleção nacional não goza da mesma liberdade.

Xhaka 2Levando em conta casos de dupla cidadania e de aquisição de nova nacionalidade, a regra estipula que o atleta que já tiver integrado a seleção de um país não poderá ‒ nunca mais ‒ fazer parte da seleção de outra nação, ainda que se viesse a naturalizar. A primeira escolha será definitiva.

Os conflitos que castigaram e desintegraram a Iugoslávia, nos anos 90, provocaram êxodo de grandes contingentes populacionais. Famílias inteiras, fugindo das hostilidades, foram acolhidas em diversos países europeus. A pequena Suíça foi um dos mais generosos. Ofereceu refúgio a dezenas de milhares de indivíduos.

Xhaka 3Nenhum país europeu concede automaticamente a nacionalidade a filho de estrangeiros, nem mesmo aos nascidos no território nacional. A lei do solo, que dá nacionalidade automática aos nascidos no país, vigora no Brasil e no continente americano. Por estas bandas, não é assim. Só se adquire nacionalidade por herança ‒ a lei do sangue ‒ ou por naturalização.

Nessa matéria, a Suíça estabelece diferença entre estrangeiros que chegaram ao país já adultos e os que aqui nasceram ou chegaram nos primeiros anos de vida. Os que tiverem sido escolarizados no país têm direito a um processo facilitado de naturalização. Longos e demorados trâmites são simplificados.

Muitos dos que buscavam asilo vinham do Kosovo, pequeno território que, embora fizesse parte da colcha de retalhos iugoslava, era povoado por albaneses. Para a vizinha Albânia, república independente que nada tinha que ver com a Iugoslávia, o Kosovo era extensão do território nacional.

Na Suíça, numerosos descendentes de imigrantes escolheram seguir carreira no futebol. É o caso dos irmãos Xhaka (pronuncie Djaka), originários do Kosovo. Um deles, nascido em terras iugoslavas, veio para a Suíça quando ainda era de colo. O outro nasceu em território helvético. Ambos cresceram aqui e se beneficiaram da naturalização facilitada. Formaram-se no Futebol Clube de Basileia e, desde muito jovens, chamaram a atenção de especialistas em talentos.

Xhaka 1A Albânia, que os considera albaneses, ofereceu-lhes a nacionalidade para que pudessem fazer parte da seleção nacional. Um deles aceitou; o outro, não. Na Eurocopa, que tem lugar estes dias, a Suíça e a Albânia caíram no mesmo grupo. Ontem, as respectivas seleções se enfrentaram. Fato curioso se produziu: pelo espaço de 90 minutos, os irmãos foram adversários, cada um defendendo uma bandeira. Fora isso, parece que se entendem muito bem.

A Suíça ganhou, vitória suada. Venceu, mas não convenceu.

Helvetismos 1

José Horta Manzano

Prisão suíça
O Tribunal des Mesures de Contrainte do Cantão de Genève ― uma instância da Justiça Penal que, entre outras atribuições, supervisiona o cumprimento das penas ― acaba de declarar que o fato de um prisioneiro dormir num colchão estendido diretamente no chão é ilegal. O regulamento prevê que o colchão seja assentado sobre uma cama. Por aqui, não convém bobear com regulamentos.

E não é só. O tribunal deu outro puxão de orelha nos responsáveis pelo principal Centro de Detenção do Cantão. A lei é clara: cada preso tem de dispor de no mínimo 4 metros quadrados. Algumas celas de 23m2, previstas para 3 inquilinos, estão sendo ocupadas por 6 indivíduos. Isso dá 3,84m2 por pessoa. É ilegal, naturalmente.

Os presos que estão vivendo nessas condições indignas têm direito a prestar queixa e reclamar uma compensação financeira do Estado. Estima-se que uma boa metade dos presos de Genebra vivem assim. Vão todos certamente pleitear e conseguir uma reparação financeira. Eventuais prisioneiros brasileiros também terão o mesmo direito.(*)

Quanto à resolução do problema da superlotação, o abacaxi terá de ser descascado pelas autoridades competentes.Interligne 29

Ônibus no Lago Léman Crédito: AFP, Keystone

Ônibus no Lago Léman
Crédito: AFP, Keystone

Mergulho
Segunda-feira passada, pelas seis da manhã, um atônito transeunte avista um ônibus afundando no Lago Léman (Lago de Genebra), ao largo da cidadezinha de Vevey. Não é espetáculo corriqueiro.

Alertados, os socorros acorreram ao lugar. Após rápido inquérito, constatou-se que o ônibus turístico pertence a uma empresa da Macedônia ― uma das repúblicas surgidas na sequência da explosão da antiga Iugoslávia ― situada a 1750km de Vevey.

Ônibus no Lago Léman Crédito: AFP, Keystone

Ônibus no Lago Léman
Crédito: AFP, Keystone

Apurou-se que o ônibus tinha trazido um grupo de turistas para alguns dias de estada em Berna. O motorista, que tem familiares morando em Vevey, pediu autorização à empresa para passar um ou dois dias junto aos parentes.

Deixou os turistas em Berna e foi. Com o ônibus, naturalmente. À noite, deixou o veículo estacionado numa grande praça, bem em frente ao lago. O local tem um leve declive. É possível que, na ânsia de abraçar a família, o motorista não tenha puxado o freio de mão com força suficiente. O fato é que, vendo o nascer do sol e aquele lindo lago à sua frente, o ônibus não teve dúvida: decidiu dar um mergulho.

Ônibus no Lago Léman Crédito: AFP, Keystone

Ônibus no Lago Léman
Crédito: AFP, Keystone

Ninguém se feriu. A empresa despachou da Macedônia um outro veículo para resgatar os turistas em Berna.Interligne 29

Pra espantar assaltante
Na Suíça, o nível de criminalidade está (ainda) longe de atingir níveis brasileiros. Malfeitores procuram evitar confronto direto com a vítima. Preferem dedicar-se a furtos e a assalto de casas na ausência dos habitantes.

O dono de uma oficina mecânica das redondezas de Lucerna teve uma ideia original para dissuadir assaltantes de residências desocupadas. Você vai sair de férias? Tem medo que o «amigo do alheio» lhe faça uma visitinha enquanto estiver ausente? Que não seja por isso. O pequeno concessionário Andreas Birrer tem a solução.

Falsa viatura policial

Falsa viatura policial

Ele criou, de maneira assaz convincente, carros idênticos aos utilizados pela polícia. Com pintura, sinal luminoso no teto e todo o aparato. Basta combinar com ele e informar o dia em que você vai sair de férias. Uma viatura «da polícia» ficará estacionada bem em frente ao seu portão até a sua volta. O serviço sai por 250 francos suiços por semana, pouco mais de 400 reais.

Dado que a lei exige que carros de polícia sejam dirigidos por policiais, a falsa viatura será rebocada até seu portão. Na volta, repeteco: um guincho levará o veículo embora.

Indagados sobre a novidade, policiais ― verdadeiros ― acharam a ideia divertida. Mas não acreditam que os assaltantes se deixem enganar por muito tempo.Interligne 29

(*) Seguindo conselho de uma leitora, o blogue consultou o Centro Prisional de Champ-Dollon, em Genebra. A diretoria nos confirmou que, no rol dos inquilinos atuais, não figura nenhum ex-prefeito de São Paulo.