Roque Sponholz
Os retirantes
A história se repete
Lógica bizarra
Criança bem-comportada
Presente de Papai Noel
Cara de pau
Parada militar
Titubeação
José Horta Manzano
O passo original foi dado mais de 50 anos atrás pelo então presidente da República, o pranteado Jânio da Silva Quadros. Ficou na história como símbolo de vacilação e de irresolução. A aventura do presidente, por sinal, não durou muito: logo renunciou ao mandato. Na sequência, foi despachado rapidinho pra Londres e, durante décadas, não se ouviu falar do homem. Ah, tempos beatos em que anjos caídos se calavam!
Numa inspirada charge, o desenhista Roque Sponholz comparou o espírito confuso e desnorteado de Jânio à insegurança de dona Dilma. Cada um a seu tempo, foram ambos obrigados a enfrentar terrível situação de cego em tiroteio. A história dirá se a solução do problema da atual mandatária terá de passar, obrigatoriamente, pela renúncia.
Estes dias, Frau Merkel veio de visita a dona Dilma. Vendo as duas assim, sorridentes e coloridas, a gente até poderia imaginar que disputassem um concurso de elegância à la garçonne. A um olhar mais atento, a conclusão se impõe: nossa mandatária ensina à chanceler alemã a maneira correta de demonstrar vacilação.
Quanto a renunciar, Frau Merkel não corre esse risco. Muito pelo contrário: é ela quem acaba de constringir o primeiro-ministro da Grécia à renúncia.
A pose esboçada diante de dona Dilma tem o mesmo valor que os três passos de dança dados pelo Príncipe de Gales, tempos atrás, numa quadra de escola de samba. É só pra contentar fotógrafo.
Governo concordou
Cláudio Humberto (*)
O governo Dilma soube com antecedência dos planos do governo venezuelano de destacar um grupo de militares à paisana, passando por manifestantes, para hostilizar os senadores que foram a Caracas visitar presos políticos. Também a embaixada brasileira demonstrou saber da operação de intimidação: diplomatas tinham ordem para não acompanhar os senadores na van que seria alvo dos milicianos.
O embaixador brasileiro Ruy Pereira entrou no avião dos senadores antes que desembarcassem, cumprimentou-os e “vazou”.
Os pilotos da FAB que conduziram os senadores foram avisados pelas autoridades venezuelanas para preparar o voo de volta imediatamente.
Após o desembarque dos senadores em Caracas, os pilotos da FAB foram de novo abordados e aconselhados a “nem almoçar” na cidade.
O grupo de senadores de oposição foi a Caracas visitar presos políticos venezuelanos, mas mal conseguiu sair do aeroporto.
(*) Cláudio Humberto, bem informado jornalista, publica coluna diária no Diário do Poder.
Devo ir por aqui ou por ali?
José Horta Manzano
Governantes em perdição – é curioso – costumam repetir as mesmas frases, preconizar as mesmas medidas, sacar as mesmas desculpas. E, às vezes, reproduzir os mesmos trejeitos.
Às vésperas da desastrada renúncia ao cargo de presidente do Brasil, em 1961, Jânio Quadros foi surpreendido por um fotógrafo. Rendeu um instantâneo que ficou na história.
François Hollande, presidente da França, foi apanhado dia destes em posição que lembra muito a de nosso tresloucado mandatário de meio século atrás.
Quem será o próximo? Roque Sponholz, desenhista paranaense, já tem seu palpite.
A lista que incomoda
José Horta Manzano
Sei não. Essa história de divulgar a lista do petrolão numa sexta-feira à noite está-me cheirando a artimanha pra evitar que a imprensa tenha tempo de reagir.
Editoriais & assemelhados só vão aparecer na segunda-feira, quando a poeira já tiver baixado um pouco. Difícil acreditar que tenham escolhido o dia por mero acaso.
Composição da CPI
Recordar é viver ― 6
José Horta Manzano
Herói do povo brasileiro
O arquiteto, urbanista e desenhista paranaense Roque Sponholz fez um achado. Foi ao fundo do baú e encontrou este recorte do Estadão impresso. Saiu na manchete e na página A5 da edição de 26 abril 2004.
Coincidência
26 de abril marca justamente o aniversário da explosão da usina atômica de Tchernobyl, o maior desastre nuclear acidental de que se tem notícia. O mundo dá voltas…