Refém da eleição

Bandeira brasileira, refém da eleição

José Horta Manzano

A foto tirada em BH atravessou o Atlântico e chegou à imprensa francesa. Era pra ser alegre, com todas aquelas bandeirinhas em formato flâmula a compor uma cena comum a todas as Copas. Tinha sido assim em 2018, em 2014, em 2010 e nas anteriores. Só que…

Só que, desta vez, o cenário está sombrio. A falta de imaginação da franja doente de nossa sociedade não lhe permitiu criar símbolo próprio. Na ausência de símbolo, as cores nacionais, que são de todos, foram monopolizadas por aqueles cuja argumentação se faz pela granada e pelo fuzil.

Como se vê na ilustração, a revista L’Express gastou três linhas para explicar a seus incrédulos leitores o caso peculiar de um país em que a bandeira nacional foi sequestrada por uma parte da população – na indiferença dos demais, que agora têm de dar explicações para poder agitar o símbolo maior.

O Brasil decente não se preocupou em defender a bandeira. Entregou-a, sem luta, aos discípulos do cafajeste.