José Horta Manzano
Preservativos
O jornal paraguaio Última Hora informa que, no Brasil, o Ministério da Saúde está convidando estudantes de arquitetura, publicidade, desenho gráfico e industrial a espremer as meninges para renovar a embalagem dos preservativos masculinos.
A ideia é dar uma recauchutada no acondicionamento tradicional, um design que já circula há uma década. Os candidatos têm prazo até 11 de setembro para apresentar propostas. Antigamente, a palavra de ordem seria: «Todos à prancheta!». Hoje convém atualizar o bordão, que prancheta é tão antiquada quanto telefone de parede.
Bloqueio de contas
O francês L’Express comunica que a justiça brasileira bloqueou as contas e confiscou todos os bens do Lula. Todos? Será mesmo? Ressalta que, mãezona, a justiça deixou correr uma semana entre o anúncio da condenação e o bloqueio.
O público francês fica sabendo que apenas 165 mil euros foram encontrados nas contas de nosso guia. É lícito supor que a quantia não corresponda ao total arrebanhado indevidamente.
Reforma trabalhista
A edição internacional do diário El País revela que a reforma trabalhista votada estes dias no Brasil está inspirando a vizinha Argentina. O presidente Macri aproveitou a deixa e reforçou críticas à judiciarização das relações trabalhistas que, também entre os hermanos, atinge proporções desmedidas.
Os processos laborais, que somam centenas de milhares a cada ano na Argentina, acabam refreando a oferta de empregos. Em última instância, voltam-se contra os interesses dos próprios trabalhadores ‒ um tiro no pé.
Brrrr
A Televisão Suíça de expressão italiana assim como o jornal austríaco Nachrichten sublinham que o inverno se abateu em cheio sobre o Brasil. Contam que, numa cinquentena de municípios sulinos, temperaturas abaixo de zero foram registradas. Num deles, os termômetros marcaram inabituais 7,5 graus abaixo de zero. Informam também que nevou em diversas localidades.
No imaginário europeu, o Brasil é país de praia, sol, calor e pouca roupa. Notícia de neve e frio é sempre surpreendente. Tivesse acontecido na Finlândia, não sairia no jornal.
Chinelo de dedo
O periódico francês Le Point aproveita para destacar a venda da marca de sandálias Havaianas. Diz que aqueles empresários de nome simplório e sobrenome pio, sócios majoritários da empresa, cederam suas ações a recém-criado consórcio por módica soma beirando um bilhão de euros.
O jornal conta, em poucas linhas, a história do chinelo de dedo que, até vinte anos atrás, era considerado calçado de pobre e hoje é visto como adereço (quase) normal. Os leitores ficam sabendo que há modelos especiais, feitos para os mais abonados. Levam cristais sintéticos incrustados e são vendidos a 60 euros cada par. Tem gosto pra tudo.
A menção aos 200 milhões de pares vendidos, ano sim outro também, apaga o susto com as geadas dos últimos dias e repõe as coisas nos devidos lugares. O Brasil continua sendo país de praia, sol, calor, pouca roupa e… sandálias de plástico coloridas.