Ultraprocessados: não se aproxime!

Chamada do jornal O Globo, 27 fev° 2023

José Horta Manzano

Fiquei intrigado e preocupado com essa chamada do jornal O Globo. Eu sabia que produtos ultraprocessados eram nocivos, mas nunca imaginei que fossem perigosos a esse ponto. Quer dizer então que basta “residir em áreas repletas desses locais” para sofrer risco aumentado de sofrer um AVC? A doença entra em nosso corpo por osmose? Barbaridade!


Naturalmente, estou brincando. Entendi o raciocínio do autor. Quem escreveu a chamada parte do princípio que todo cidadão é como rolha em alto-mar: vive ao sabor das ondas e ao capricho dos ventos, e vai para onde for levado.

Ninguém é capaz de controlar suas pulsões. O artigo sugere que, se resido num lugar rodeado de ofertas de refeições rápidas, adeus cozinha! Aposento panelas e frigideiras e passo a me alimentar unicamente de “junk food”.

Por essa lógica, vou viver de porcariada tipo cachorro-quente, quibe, pizza e hambúrguer. Sou apresentado como criatura incapaz de decidir com a própria cabeça, pronto a me deixar subjugar pela luz das barraquinhas e o colorido das vitrines.

Com toda naturalidade, o autor da chamada enxerga a vida em sociedade como um gigantesco efeito manada: disparou um, vão todos atrás.

Se assim é o mundo moderno, me sinto deslocado.

Pare o planeta, que eu quero descer!

Devo ter perdido um capítulo

José Horta Manzano

Faz tempo que cogito sobre as razões que levam nosso impagável capitão ao negacionismo. Louco, a gente sabe que ele é; mas ninguém ainda o viu babando. Portanto, uma réstia de razão deve ter sobrado naquela cachola.

Posso entender a atitude dos que o seguem – comportam-se tipicamente como maria vai com as outras; quem age assim, simplesmente executa o que seu mestre mandar e pronto. Mas tenho dificuldade em captar o real objetivo de Bolsonaro. Afinal, seu mestre é ele mesmo! Ou não seria?

No começo da pandemia, muita gente (que hoje faz de conta que estava cochilando) também imaginou que a covid ia desaparecer tão rápido como chegou. Alguns, famosos, chegaram a dar entrevista afirmando que o Brasil chegaria a 2 mil mortos, não mais. Até aí, dá pra entender.

Acontece que tempo passou, mais tempo passou, muito tempo passou. Chegamos a 600 mil mortos, que não tem como esconder. Milhares e milhares de empresas fecharam. Milhões perderam o emprego. E o capitão continua negando a realidade!

Ainda outro dia, em “discurso” pronunciado na ONU, voltou a bater o pé ao receitar remédios perigosos para a saúde de quem já estiver doente de covid. Como se não bastasse, proclamou aos quatro ventos que ele, pessoalmente, não estava vacinado e que não tinha intenção de espichar o braço.

Portanto, além do medo da agulha, alguma razão há de haver. Só que essa razão me escapa. Se alguém tiver alguma ideia, mande cartas para a redação. Agradeço desde já.

Observação
Na mesma cartinha, se puder, me dê sua versão das razões que levaram (ainda levam?) a empresa de “saúde” Prevent Senior a tomar pacientes de covid como cobaias sem consentimento (nem do doente, nem da família). Por que razão administraram (ainda administram?) medicamentos nocivos à saúde? A intenção era acelerar a agonia dos infelizes que já estavam dando mais despesa que lucro, liberando assim o leito para o próximo coitado? E por que razão omitiram (ainda omitem?) o nome da covid ao estabelecer atestado de óbito?

Não mandem cartas demais, porque, neste país, a jurisprudência ensina que réus podem até ser inocentados por excesso de provas. Já aconteceu.