Carlos Brickmann (*)
Quando Bolsonaro quis nomear seu filho Eduardo “Bananinha” (apelido que lhe foi dado pelo vice, general Mourão) para a Embaixada do Brasil em Washington, disse que era natural que entregasse o filé-mignon para sua família. Pois é. Já para a população em geral, ele recusou a oferta de vacinas da Pfizer; optou por entrar com a cota mínima no consórcio internacional que garantiria vacinas mais baratas; votou na ONU contra a quebra de patentes das vacinas, o que teria permitido que vários países as produzissem, garantindo a imunização de muito mais gente em muito menos tempo; disse que quem tomasse a vacina da Pfizer podia virar jacaré; desprezou a vacina do Butantan por achar que os chineses não sabiam fazer coisa boa, chamou-a de “vachina”.
Mas sua mãe, o presidente mandou vacinar. E sua nora, esposa do senador Flávio Bolsonaro, o filho 01, foi vacinar-se no dia 2. Família merece sempre maior atenção.
Já dizia Chico Anysio que o povo é apenas um detalhe.
(*) Carlos Brickmann é jornalista, consultor de comunicação e colunista.