Notícia boa não vende jornal – todo empresário da mídia e todo jornalista sabe disso. Nada como uma boa desgraça para atrair leitor. Quanto mais dramática for, maior será o interesse de quem lê.
Isso vale não só para o Brasil, mas para o mundo todo. Na falta de cataclismas, nosso país tem sido lembrado, estes últimos dias, por problemas crônicos: finanças públicas, clubes de futebol endividados e balas perdidas.
O conceituado jornal francês Le Monde constata que, francamente, a «magia brasileira» já não funciona. Informa a seus leitores que a sétima economia mundial terminou o ano de 2014 com um déficit primário – fato que ocorre pela primeira vez desde 2002.
O jornal considera que o déficit deverá compelir dona Dilma a primeiro implementar medidas de recuperação das finanças públicas para, só então, pensar em retomada do crescimento.
A versão francesa do portal esportivo Yahoo revela alguns problemas do futebol profissional brasileiro. Segundo o artigo, os principais clubes brasileiros estão mergulhados num oceano de dívidas.
Na origem do problema, estariam má gestão e o momento economicamente difícil que o país atravessa. O portal conta que os doze times principais devem ao governo, em conjunto, mais de 600 milhões de dólares em impostos – praticamente o valor investido na renovação do Maracanã.
Finalmente, a RFI – Radio France International volta a repisar assunto pra lá de espinhoso: as vítimas inocentes de balas perdidas. O problema é grave e sua solução, problemática. RFI relata que 16 pessoas foram atingidas, no Rio, neste primeiro mês do ano. Os franceses ficam sabendo que a audácia dos bandidos aumenta a cada dia e que malfeitores já não hesitam em atacar delegacias implantadas nas próprias favelas.
Revela-se também que uma bala perdida pode percorrer até três quilômetros antes de matar alguém. Para o público francês é inconcebível que, no coração da metrópole maravilhosa, cidadãos comuns possam diariamente ser vítimas de tiros.
Na Síria, no Iraque, no Afeganistão, ainda vá lá. Mas no Rio…





