José Horta Manzano
Consoante THE – World University Rankings, instituição amplamente reconhecida, nenhuma universidade brasileira está classificada entre as 200 melhores do mundo. Entre o 200° e o 500° lugar, aparecem duas universidades brasileiras. São as únicas instituições nacionais entre as 500 melhores do mundo. A mais bem classificada é a Universidade de São Paulo (USP), cotada entre as 300 melhores. Em seguida, vem a Universidade de Campinas (Unicamp), situada entre o 400° e o 500° lugar.
Além das duas mencionadas, quatro outras universidades brasileiras aparecem entre o 600° e o 800° lugar. São elas: a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Unifesp. Portanto, apenas meia dúzia de universidades brasileiras estão classificadas entre as mil melhores do mundo. É muito pouco.
Para efeito de comparação, está aqui um quadro com o mapa da Europa e a menção, para cada país, de quantas universidades estão entre as 500 melhores.
Note-se que o Reino Unido tem 58(!) instituições classificadas. Seguem-lhe a Alemanha (44) e a Itália (33). Até a pequena Irlanda tem 7 universidades entre as 500 primeiras, quando o imenso Brasil tem apenas 2.
Nosso país é o 5° do mundo em território e o 5° em população. Partindo da premissa que o brasileiro não é menos inteligente que o resto da humanidade, a indigência de nosso desempenho é incompreensível. Não seria exagero esperar que ao menos uma universidade nossa ‒ umazinha só ‒ se classificasse entre as dez primeiras. Ou entre as vinte melhores. Ou, com muita condescendência, entre as cinquenta campeãs. Em vez disso, nossa melhor instituição só aparece depois das 200 primeiras. É desesperante.
O lulopetismo, que dominou a política nacional durante a última década e meia, se gaba de ter aberto mais faculdades do que nenhum outro governo anterior ‒ como nunca antes neste país. Há de ser verdade. Mas a posição brasileira na classificação global dá prova de que o balanço é ruim. Os estrategistas do partidão confundiram quantidade com qualidade. Pode trazer votos, mas não leva à excelência.