A ambulância

crédito: Infodefensa.com

José Horta Manzano

O governo ucraniano não publica estatísticas oficiais dando conta das perdas humanas em decorrência da invasão russa. Na contagem oficiosa, as vítimas se aproximam de 250 mil. E continuam aumentando ao ritmo diário de 500-1000 vidas.

No finzinho de abril, a Ucrânia solicitou que o Brasil lhe vendesse 450 unidades do veículo blindado Guarani em versão ambulância.

Numa guerra de trincheira disputada em terreno minado, como está ocorrendo no conflito ucraniano, uma ambulância comum não dá conta do recado. O governo de Kiev escolheu o Guarani por ser um veículo fortemente blindado, capaz de transportar duas macas com feridos e mais três pacientes sentados. Além disso, cabem também um médico, um enfermeiro, o comandante do veículo e o motorista. O Guarani resiste a tiros, rajadas de metralhadora, estilhaços de grosso calibre e até explosão de minas.

É importante salientar que o blindado em versão ambulância não é dotado de canhão nem do armamento que normalmente integra a versão de combate. A Ucrânia queria que os veículos viessem já pintados com as cores do país e a cruz vermelha que simboliza transporte de feridos de guerra. Era um negócio de 3,5 bilhões de reais.

No governo, o primeiro a tomar conhecimento do pedido de compra foi o ministro brasileiro da Defesa. Rapidamente foram informados também o ministro das Relações Exteriores, o assessor Amorim e o próprio Lula.

A partir daí, entrou em ação a visão distorcida de geopolítica que caracteriza o lulopetismo. Figurões do PT se puseram a dar palpite. Consideraram que as Forças Armadas brasileiras estavam muito saidinhas, tratando de fazer “política externa independente”. Com o PT, pode não. E veio o bloqueio: o governo Lula vetou o que teria sido o maior negócio de exportação da indústria bélica nacional.

O mal disfarçado apoio que o lulopetismo dá à Rússia de Putin fez mais um estrago. Em nome de uma suposta “neutralidade” no conflito, o Brasil, que podia ajudar a salvar milhares de vidas, acovardou-se. Os ucranianos não nos pediam dinheiro, nem armas, nem presença militar, nem apoio a sanções econômicas – queriam apenas ambulâncias. E estavam dispostos a pagar.

Para que conste: a Suíça, país tradicionalmente neutro desde 1815, declarou que neutralidade não rima com indiferença. Desde o início da guerra, tem ajudado a Ucrânia com remédios, equipamento médico, material de primeira necessidade para a população civil, doações de todo tipo. Esse tipo de ajuda não atenta contra a neutralidade.

Além disso, nada impede que o Brasil, caso houvesse interesse por parte dos russos, vendesse ambulâncias medicalizadas também para eles. É o tipo de negócio que não quebra a neutralidade. Não quebra na cabeça de gente normal, é claro. Quando temos, no comando das Relações Exteriores, barbudinhos empacados em mágoas e ressentimentos, a coisa muda.

Com isso, se descobre que a empatia com o sofrimento alheio, base de toda doutrina socialista, era só pra inglês ver.

E os feridos e mutilados de guerra ucranianos, nessa mixórdia, como é que ficam? Que se virem, ora.

Falam de nós – 8

0-Falam de nósJosé Horta Manzano

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Crédito: Kopelnitsky, EUA

Crédito: Kopelnitsky, EUA

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