Num passado distante, o latim foi responsável pelo fornecimento da maior parte de nossos vocábulos. Já na atualidade, os empréstimos vêm principalmente da língua inglesa. Entre o latim e o inglês, houve um período, entre os séculos 17 e 19, em que o grande provedor de palavras novas era o francês.
Numa época em que a hora de glória de Espanha e Portugal já havia passado, e a ascensão da Inglaterra ainda não se havia firmado, o “centro do mundo” ocidental era Paris. De lá vinham descobertas científicas, novas teorias políticas, invenções práticas – e, com isso, muitos vocábulos novos.
Essas palavras costumavam dar nome a objetos novos, ou àqueles que ainda não tinham nome definido. Foram adotados por inúmeras línguas da Europa e do resto do mundo. Eis alguns exemplos.
Em sueco
Calçada é trottoar (=trottoir) e evento é evenemang (évènement)
Em italiano
Mamadeira é biberon (=biberon) e sobremesa é dessert (=dessert)
Em inglês
Terça-feira de carnaval é mardi gras (=terça-feira gorda) e beco sem saída é cul-de-sac
Em turco
Cadeira de praia é şezlong (=chaise longue) e enxaqueca é migren (=migraine)
Em alemão
Escritório é Büro (=bureau) e beringela é Aubergine (=aubergine)
Em espanhol
Estreia de um artista é debut (=début) e o papel que ele representa é rol (=rôle)
Em dinamarquês
Motorista é chauffør (chauffeur) e guarda-chuva é paraply (=parapluie)
Em russo
Concreto armado é Бетон (=béton) e estribilho é Куплет (=couplet)
Em nossa língua temos uma grande coleção de importações daquela época. São palavras científicas, vocábulos técnicos e termos de todos os dias, que utilizamos sem nos dar conta.
Penhoar (peignoir)
Gravata (cravate)
Caçarola (casserole)
Virabrequim (vilebrequin)
Capô (capot)
Paletó (paletot)
Embreagem (embrayage)
Sabonete (savonnette)
E milhares de outras.