José Horta Manzano
A gente está habituado ao linguajar de meliante utilizado pelos membros da família Bolsonaro. ‘Habituado’ é maneira de dizer. Acho que quem tem ouvidos sensíveis e vive distante desses ambientes rasteiros não se acostuma nunca. É um susto a cada novo pronunciamento do clã.
Tem horas em que o palavreado que eles usam em público deixa o cabelo mais arrepiado que de costume. Foi o que aconteceu em 10 de março deste ano. Um dos bolsonarinhos, aquele que é deputado, irritado com a obrigação de portar máscara para proteger a si e aos outros, exprimiu-se no fino linguajar da família e ordenou à nação que “enfiasse a máscara no rabo”. Não se sabe se foi atendido.
Ao se deixar fotografar ontem no momento em que recebia vacina anticovid, surpreendeu a nação. Ninguém imaginava que o bacana fosse aparecer dando o braço a torcer – perdão! – dando o braço a vacinar. Provou que é macho e que não tem medo de agulha. Só um pouquinho.
Ainda por cima, mostrou que é homem de palavra: apareceu sem máscara. Só que a demonstração de coerência ficou pela metade. Por descuido ou por pudor, não instruiu o cinegrafista a filmá-lo de costas, de modo que não ficou confirmado se realmente enfiou a máscara no lugar que ele mesmo tinha sugerido à nação.
A atitude do bolsonarinho inspira nova cantiga de roda. Pra cantar depois que as crianças forem pr’a cama. Chama-se “Onde está a mascarinha?”
Ti-ra, ti-ra,
Tira a cuequinha
Não deve ficar brabo
Queremos ver seu rabo
Ahahahahahah eu ri
Obrigada. Boa manhã pra você e abençoado dia!
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Que bacana, pô! Fico feliz, pô! Bom dia pra você também. Pô.
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Então, eu ri porque o sujeito não usar máscara e ir se vacinar é meio contraditório até. Eles esbravejam, rosnam, e ao mesmo tempo têm medo. É isso. Eu só não entendi o “pô”. É alusão ao pai da criança da vacina?
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Exatamente! É alusão ao 00. Dizem que ele não consegue terminar uma frase sem soltar um “pô”. Quando não é pior.
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Que horror kkkkkk
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