Beijo na cédula
Veterano mesário de eleições em São Paulo conta a história de um candidato a deputado federal que tinha muito apoio entre as mulheres porque era bonito, dono de grandes olhos verdes e um sorriso cativante. Era o jornalista e advogado Emílio Carlos, que perdeu alguns milhares de votos na sua primeira eleição porque as cédulas vinham borradas por batom de mulheres que beijavam o papel numa prova de ternura. O candidato acabou sendo eleito em 1946 e permaneceu na Câmara até morrer, em 1963. Pode parecer bobagem, mas a história mostra como era fácil anular votos bons num pleito com cédulas de papel.
Bruno Covas
Bolsonaro não foi o único a criticar o ex-prefeito Bruno Covas por ter vindo ao Rio com o filho assistir à final da Libertadores em meio a pandemia. A diferença é que o presidente o atacou depois de morto, para obter um ganho político. Assim é Bolsonaro. Um canalha que desrespeita os mortos e arremeda, rindo, doentes de Covid que não conseguem respirar. Não vale nada mesmo.
(*) Ascânio Seleme é jornalista. Trecho de artigo publicado no jornal O Globo de 7 agosto 2021.