Myrthes Suplicy Vieira (*)
Uma de minhas canções favoritas, inexplicavelmente muito menos conhecida, de Jacques Brel (1), é a que leva o título de “Chanson sans Paroles” [Canção sem palavras]. Nela, ele elabora um acachapante contraponto entre o tempo do sentir – ou, mais precisamente, a perda da noção de tempo que acontece quando se está passando por uma experiência emocional intensa – e o tempo do narrar como a experiência foi sentida.
Num diálogo mental com uma mulher, ele rememora o envolvimento amoroso que teve com ela e declara sua intenção de lhe compor “um longo poema”, no qual lhe falaria “de mil maneiras diferentes” de amor, de fuga da realidade e da sensação de eternidade que os amantes experimentam ao viverem…
(*) Myrthes Suplicy Vieira é psicóloga, escritora e tradutora.
Quando os tempos estão desanimadores e nada estimulantes é maravilhoso deparar com um texto de esperança.
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