José Horta Manzano
Certas palavras têm origem surpreendente. Entre elas, está orquídea, nome da simpática flor cujas múltiplas variedades estão presentes em vastas regiões do globo, da zona tropical à temperada.
O nome vem do grego. Atribui-se o batismo da orquídea a Teofrasto, filósofo grego que viveu 300 anos antes de Cristo. Na língua dele, uma das acepções do termo órkhis designa uma variedade de azeitona. Mas não foi essa acepção que deu nome à flor.
É que órkhis também significa testículo. É daí que vem o nome da orquídea. A associação de ideias tem a ver com a forma da raiz da planta, uma espécie de bulbo que lembra o atributo da genitália masculina. O D que apareceu no meio da palavra – orquíDea – é tentativa tardia de latinização. Não consta no original grego.
Como prova da relação entre a flor e a anatomia, note-se que, em linguagem médica, o elemento de formação orqui- (orquid-) é utilizado para designar os testículos. Orquialgia é dor testicular, orquidectomia – ablação de um/dos testículo(s). E assim por diante.
Parece que, depois disso, o encanto da flor diminui, não? Mas o imenso charme das orquídeas logo faz esquecer a pouca poesia das origens.
Pode ser que doutor Bolsonaro se anime com essa informação e descubra um dia que orquídeas (no sentido anatômico) não são flor que se cheire…
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Desconfiado e implicante como é, há de banir orquídea dos arranjos florais do palácio.
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