José Horta Manzano
Tenho cá minha teoria para o azedume que reina nas altas esferas da República. Gabinete do ódio, troca de farpas, Executivo que convoca multidões a manifestar-se contra os demais Poderes, STF que abre inquérito contra o Executivo, o Legislativo que instaura CPIs contra o Executivo… ufa! Aquilo está parecendo uma sacola de caranguejos ou um ninho de víboras – é ferroada, é veneno.
Alguma coisa está perturbando a cabeça daquele pessoal. Saem daqui bonzinhos e, quando chegam lá, viram pelo avesso. Uns dirão que é a vertigem do poder, outros assegurarão que é a ganância diante da visão do pote de melado. Minha teoria é outra.
Olhem bem essa foto, onde se espreme meia República. É impossível não sentir desconforto à visão desses rostos torturados, azedos, descompostos. Pra começar, é gente demais em espaço pequeno – nem cabem todos na foto. Mas o problema maior, aquele que oprime essa gente fina é… o pé direito do salão.
Reparem como salas, salões e gabinetes de Brasília têm pé direito baixo. Compare-se com a amplidão, a majestade e os ouros do Kremlin (Moscou), da Moncloa (Madrid), do Eliseu (Paris) ou do Quirinale (Roma). Não sei se o projeto original do arquiteto era esse, mas o resultado atual é oprimente.
Que se alcem os tetos da Praça dos Três Poderes! Presidente, ministros, parlamentares e magistrados precisam respirar. Que se abram janelas. Ar fresco expulsa miasmas e clareia as ideias. Os brasileiros, aflitos, esperam por uma solução. Custa pouco, e os resultados serão espetaculares. Pode crer.