José Horta Manzano
Estava lendo, agora há pouco, os resultados de pesquisa feita pelo Instituto Datafolha para aferir o índice de confiança dos brasileiros.
Para transpor felicidade em números, os técnicos questionam os entrevistados sobre sete pontos. Dois deles são vagos, como o orgulho de ser brasileiro. Os demais têm que ver com o bolso de cada um.
Uma rápida análise mostra que as questões se limitam a sondar as expectativas de cada um. Nenhuma pergunta é feita sobre a atitude que o entrevistado tenciona assumir para mudar esse estado de coisas. É dado de barato que o cidadão, por definição, é um ser passivo que se limitará a aprovar ou rejeitar uma situação.
Seria interessante incluir, numa próxima edição, perguntas sobre a ação que o entrevistado pretende empreender para ajudar a corrigir o que lhe parece fora do lugar.
Ninguém é obrigado a agir, mas, para quem se decidisse a arregaçar as mangas, abrem-se vários caminhos: manifestação de rua, escolha mais ajuizada de representantes do povo, quebra-quebra, doutrinamento de vizinhos e amigos, criação de movimento político, decisão de matricular-se num curso qualquer. Vale até pensar em abandonar o País.
É interessante ficar sabendo a quantas anda o humor do povo. Melhor ainda será conhecer a solução preconizada por cada um.
A aceitação da apatia geral vai acabar transformando o índice de confiança em índice de descrédito.
A pesquisa
O resultado da pesquisa está aqui.