José Horta Manzano
Ninguém escapa. Na hora de encontrar desculpa, a imaginação humana não tem limites.
Um dos grandes jogadores da seleção italiana de futebol, Andrea Pirlo, declarou que o clima do Brasil cria duas copas diferentes, a dos que jogam na região equatorial e a dos que atuam na zona subtropical. Patacoada.
1. Nenhuma das equipes jogou todas as partidas numa só zona climática. Todas têm se deslocado. Portanto, os incômodos são para todos.
2. Quando faz calor, o tempo quente é para os 22 jogadores ― estão sob as mesmas condições. Quando faz mais fresquinho, idem.
3. No Brasil, a amplitude térmica entre as regiões mais escaldantes e as menos ardentes não é larga. Em muitos países europeus, as diferenças são bem mais marcantes.
4. Na Europa do Sul (Espanha, Itália, Grécia), temperaturas acima de 40° não são raras no verão. Em certas regiões dos mesmos países, o termômetro pode descer bem abaixo de zero no inverno.
5. A campanha para chegar à Copa do Mundo (assim como à Eurocopa) é longa. Há jogos de ida e de volta em cada grupo. Estão aqui alguns exemplos de partidas que a Itália disputou para se classificar para a Eurocopa 2012:
3 set° 2011 em Tallinn (Estônia), em clima muito frio, a 60° de latitude;
7 set° 2011 em Florença (Itália), em clima quente e seco, em meio a vinhas e oliveiras;
8 out° 2011 em Belfast (Irlanda do Norte), em clima úmido e ventoso.
Sinto muito. Por mais que admire a elegância de Pirlo, não lhe posso dar razão neste caso.
Ciao, Italia. Ci rivedremo presto ― a gente se vê qualquer dia.