De criança, era comum a gente ouvir dizer que “homem não chora”. É possível que mães e avós dissessem isso só para fazer o menino parar de encher a paciência.
A sabedoria popular ensina que “os extremos se tocam”. Bolsonaro e Lula são opostos em muitos aspectos mas têm pontos em comum. Um deles é o hábito (compulsão?) de chorar em público.
Volta e meia, um deles deixa lágrimas escorrerem, às claras, de preferência diante de uma plateia, sob a luz dos holofotes. Não têm ar de se envergonharem, antes, parecem orgulhosos da façanha.
Alguém já imaginou um líder de verdade chorando em público? Biden? Putin? Macron? Xi Jinping? Boris Johnson?
São coisas nossas.
Você me deixou pensativa. Não considero o choro um sinal de descontrole emocional. Para mim, representa sim uma “fragilização” temporária, um afrouxamento da couraça muscular que deveria ser celebrado como uma espécie de “reumanização” dos que se orgulham de serem machões insensíveis. Outra coisa é que o choro de autoridades parece ser uma coisa mais latina (ou terceiro-mundista) do que propriamente brasileira. Coincidentemente, um outro blogueiro escreveu ontem que Barack Obama chorou em público pelo menos 8 vezes ao longo de seu mandato.
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Pois é, um líder, por definição, tem de transmitir imagem de força, resiliência, coragem, vigor. O bom povo precisa sentir-se amparado.
O choro, além de embaçar os olhos do líder que chora, embaça também sua imagem. Acho que deveriam controlar-se, daí ter eu etiquetado essas ‘fraquejadas’ de descontrole emocional.
A não ser que se trate de estratégia. Se for, a finalidade me escapa.
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