José Horta Manzano
Nesta terça-feira, surgiu a primeira zebra da Copa 22: a Argentina, forte candidata ao título, foi derrotada pela Arábia Saudita, uma das equipes mais fracas do campeonato.
Jornais argentinos online estão arrasados. São páginas e páginas de desconsolo, com entrevistas, análises, comentários, lamúrias. Dá pra entender.
Mas é bom não tripudiar em cima dos hermanos. De criança, a gente já tinha a sabedoria de dizer que quem cospe para cima recebe o cuspe de volta na cabeça. Vai que o Brasil pega a República dos Camarões ou a Sérvia em dia inspirado – como é que fica? Pode dar zebra pra nós também.
Falando em “dar zebra”, sabe de onde vem essa expressão? Pois vem do jogo do bicho. O sistema é baseado num quadro de 25 animais, que vão da avestruz à vaca. A zebra não aparece entre esses bichos.
Quando Dona Maricotinha procura a vizinha pra saber o resultado do sorteio de hoje, pode ouvir em resposta: “Deu gato na cabeça”, “Deu águia”, “Deu o burro”. Mas jamais ouvirá “Deu zebra”, porque esse simpático animal listrado não faz parte do jogo.
Portanto, utiliza-se a expressão “dar zebra” quando algo não dá certo, quando o resultado é inesperado, imprevisto, difícil de acreditar, completamente fora de eixo.