Ontem postei o artigo Casamento para todos, em que exponho um problema que fatalmente vai surgir assim que for instituído na Suíça o casamento para pessoas do mesmo sexo.
Uma fiel leitora me pergunta como é possível essa interação com a religião, visto que a Suíça é oficialmente um Estado laico.
A resposta é que, na Suíça, as relações Igreja/Estado são complexas e obedecem a uma lógica particular, às vezes desconcertante. Para usar um termo da moda, trata-se de uma relação “não-binária”.
É uma particularidade nacional, talvez única no mundo. Para quem se interessar pelo assunto, encontrei no site Migraweb um bom texto, claro e conciso. Traduzi e adaptei. Está disponível aqui sob forma de arquivo pdf.
Estou perplexa. Não imaginava nem de longe que isso existisse e continua a me parecer um paradoxo para um país internacionalmente reconhecido como “neutro”.
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Tanto a neutralidade quanto a laicidade são conceitos vagos, de contornos imprecisos. Exemplos há, pelo mundo, à farta.
O próprio Brasil, país reconhecidamente laico, eleva feriados religiosos à categoria de feriados nacionais, pois não? Natal, Finados e Sexta-Feira da Paixão são feriados oficiais em todo o território nacional. E olhe que nosso país está longe de ser o único a proceder assim. A França, pátria da separação da Igreja e do Estado, também oficializa feriados religiosos.
No STF brasileiro, um crucifixo encima os togados. Já houve quem reclamasse, mas ele continua lá firme. Nem os barbudinhos do PT, apreciadores de Castro, Ortega e Maduro, ousaram desgrudá-lo do mármore.
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