José Horta Manzano
Faz semanas que se alevanta a grita pelo impeachment do presidente da República.
Ontem, um Brasil atônito assistiu a um folclórico desfile de fumacentos calhambeques que vagamente lembravam tanques de alguma guerra do passado. Foi espetáculo grotesco capaz de envergonhar o inexistente exército da Costa Rica. Com isso, a temperatura subiu alguns graus.
Ato contínuo, o PDT, partido que já foi de Brizola e hoje é de Lupi, apresentou à PGR pedido de perícia e interdição do presidente Bolsonaro por incapacidade mental.
Erraram. O pedido certo era de interdição por burrice. Acertavam no milhar.
Eu acho que Bolsonaro nos fez um favor desde que tomou posse e levou com ele dezenas de militares para ajudá-lo a governar: acabou de uma vez por todas com o mito de que todo militar é honesto e competente.
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Tem razão. Militar, agricultor, dentista, metalúrgico ou pescador – nenhum deles é melhor nem pior que outro. Há pérolas e estropícios por toda parte. Mas é verdade que militares tinham aura de santidade mais brilhante que a dos demais. Está agora um pouco trincada, mas tudo tem conserto.
Assim que vier o pós-Bolsonaro, que se espera o mais brevemente possível, a imagem do militar impoluto vai, aos poucos, recobrar lustro. Desde que mantenham respeitosa distância do poder, naturalmente.
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