José Horta Manzano
Nos anos 1960, um grupo vocal de nove componentes ficou bastante conhecido. Era Nilo Amaro com seus Cantores de Ébano, nome que fazia referência ao fato de serem todos negros. O som do conjunto era afinado e harmônico. O maior sucesso deles foi a toada Leva eu, sodade.
Cada vez que ouço ou leio a informação de que Fulano vai ao STF ou que afiliados ao Partido Não Sei das Quantas vão ao STF, me lembro da música. A letra era assim:
Ô leva eu, minha sodade,
Que eu também quero ir, minha sodade,
Quando chego na ladeira, tenho medo de cair
Leva eu, leva eu, minha sodade.
Já que eles vão (ao STF), eu também quero ir, ora. Leva eu!
Falando sério, que falta de imaginação, não? Com tanto verbo à disposição, repetem sempre o mesmo. De tanto usar, vai gastar.
Caso um dia o distinto leitor tenha de redigir um artigo informando que, digamos, os deputados “vão” ao STF, aqui ficam algumas sugestões. É pra variar um pouco.
Os deputados apelam para o STF
Os deputados invocam o STF
Os deputados dirigem-se ao STF
Os deputados recorrem ao STF
Os deputados buscam o STF
Os deputados procuram o STF
Se for feriado, que é dia de vestir roupa bonita, há formas que dão o recado com maior elegância.
Os deputados acodem-se do STF
Os deputados valem-se do STF
Os deputados socorrem-se do STF
Procure escapar do verbo ir. Um pouco de variedade não faz mal a ninguém.