José Horta Manzano
A batata ― que antigamente chamávamos batata-inglesa, por oposição a batata-doce ― é originária da América do Sul, mais precisamente das encostas da Cordilheira dos Andes. Ainda hoje é a base da alimentação de populações inteiras naquela região.
Os primeiros europeus que visitaram a América se interessaram por aquele estranho tubérculo que alimentava tanta gente. Levaram mudas e se surpreenderam com a facilidade com que a nova planta se aclimatava às condições europeias. Não precisou muito tempo para que a batata se tornasse apreciada por todos os povos do Velho Continente. Seu consumo logo se equiparou ao do pão, chegando até a suplantá-lo na Europa do Norte.
Entre 4500 e 5000 variedades de batata estão inventoriadas pelos organismos dedicados à classificação dessa solanácea. Em muitos países, entre os quais a França, sua produção é rigorosamente controlada. Para que a comercialização de uma variedade qualquer seja autorizada, ela tem obrigatoriamente de estar inscrita Catálogo Oficial francês.
Em 2010, apenas 214 variedades estavam oficialmente registradas. Assim, somente elas tinham o direito de ser comercializadas. Antes do plantio, o agricultor prudente consulta a lista oficial. Caso tente vender uma variedade não autorizada, estará cometendo infração. Portanto,
sujeito às penas da lei. É possível inscrever uma nova variedade no catálogo oficial, mas não é fácil. O caminho é longo e a burocracia, pesada.
Espantado? Eu também fiquei no dia em que soube da existência da lista oficial e, principalmente, da proibição de escapar dela. Mas o problema é só de princípio, tem pouca influência sobre a vida de todos os dias. Os comércios, mesmo as épiceries fines, não oferecem mais que 10 ou 15 variedades. São amplamente suficientes para o consumo da população.
Não resta dúvida, é interessantíssimo saber que, entre as nativas e as manipuladas, 5000 variedades já foram identificadas. Para o cidadão comum, no entanto, não passa de mera estatística.
Nota: caso você tenha curiosidade em se aprofundar no assunto, visite o site especializado seguindo este link (em francês).

Tal artigo lembrou-me de um fato curioso, para não dizer cômico. Através do google, pesquisava o tempo de cozimento da batata, pois aqui em casa quem pilota o fogão sou eu e naquele dia pretendia fazer uma salada maionese. Desejava uma batata firme e bem cozida, encontrei um site que falava sobre a batata, meu deus, a pessoa produziu três páginas de informações. Ao final alguém comentou que o texto estava ótimo, era um verdadeiro tratado sobre a batata, mas pelo amor de deus, quanto tempo leva para cozer… isso você não disse… é possível????? indagava o comentarista do texto.
E assim, ficamos sem saber o tempo de cozimento da batata.
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