José Horta Manzano
Coincidência
Num único artigo, a Folha de São Paulo nos brinda hoje com um pequeno relato surrealista. O primeiro parágrafo se refere a uma ilha da fantasia, um lugar de abundância, felicidade e despreocupação. O último descreve um universo sórdido ― mas real ― feito de calabouços e de seres que ainda vivem na idade das trevas.
Ambos os fragmentos relatam realidades banais no Estado do Maranhão.
Primeiro extrato
«O governo do Maranhão adiou as licitações para compra de alimentos para as duas residências oficiais. Os novos pregões não têm data para acontecer. Em meio ao caos em presídios, o Estado previa gastar R$ 1 milhão para alimentar a família Sarney e seus convidados até o fim do ano.»
Segundo extrato
«A Folha visitou um dos presídios superlotados de São Luís. São cerca de 200 homens, o dobro da capacidade. A comida dos presos se limita a arroz e galinha crua. Uma chapa no chão da cadeia funciona como fogão para os presos terminarem de cozinhar o frango para conseguir comer.»
Deve clicar aqui quem quiser conhecer as minúcias da sóbria lista de compras da governadora do Maranhão.
PS: É de perguntar quem é que vive na idade das trevas ― os do andar de cima ou os do andar de baixo?