Espírito universalista

José Horta Manzano

O universalismo é conceito básico de todas as correntes de pensamento socialistas, comunistas e social-democratas.


Proletarier aller Länder, vereinigt euch!
Proletários de todos os países, uni-vos!


O manifesto lançado, século e meio atrás, pelo alemão Karl Marx não conclamava os proletários alemães a se unirem. Nem mesmo os colegas europeus. Seu chamado se dirigia aos proletários de todos os países, sem exceção.

Luiz Inácio só abraçou a doutrina com meio braço. Seu espírito universalista não é amplo nem irrestrito. Está inquieto apenas pelos reféns latino-americanos. Os demais? Que se lixem!

Num surto de deslumbramento, Lula fala com o presidente de Israel como se tivesse recebido mandato dos países latino-americanos para defender seus interesses. Dado que não recebeu procuração nenhuma, soa esquisito. Dá impressão de uma forçada de barra pra se autoeleger líder regional na marra.

De outra vez, nosso presidente deve mostrar interesse por todos os reféns, sem excluir os “louros de olhos azuis”. Todos os sequestrados caíram na mesma arapuca e merecem benevolência planetária, pouco importando a cor dos olhos ou do passaporte.

Se Luiz Inácio for incapaz de alargar seu horizonte, será melhor não tocar no assunto. Melhor ainda, será falar com quem manda. Em Israel, o presidente é figura decorativa. Netanyahu, o primeiro-ministro, é quem dá as ordens.

Parece que Lula só divulgou o telefonema pra sair no jornal.

2 pensamentos sobre “Espírito universalista

  1. Não tenho qualquer tipo de carinho por Bolsonaro, que foi um presidente péssimo para o Brasil. Demagogo e mentiroso, além de cruel e irresponsável durante um momento de calamidade sanitária. Foram quatro anos de perturbação e de falta de paz com esse homem na cadeira do Executivo, mas justiça aqui seja feita (pelo menos neste imbróglio dos reféns). Depois de várias levas de reféns liberados e nada de aparecer nomes ligados ao Brasil nas listas publicadas pelo Egito, bastou Bozo se reunir com o embaixador de Israel em Brasília que no dia seguinte os brasileiros tiveram um sinal verde para atravessar a fronteira com o Egito. Se Bozo teve algo a ver com a história, eu não sei dizer, mas foi bastante curioso.

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    • É fácil de explicar. Faz tempo que Lula e Israel estão de mal. Não se apreciam e, sempre que podem, dão uma cotovelada no outro.

      A história dos reféns brasileiros caiu como luva para Israel dar um pisão no pé do Lula. No dia seguinte da conversa do embaixador com Bolsonaro, permitiram a liberação dos reféns tupiniquins.

      E deu no que deu: muita gente achou esquisito, outros acreditaram no poder do mito.

      Bolsonaro saiu exaltado e Lula, meio diminuído. Era exatamente o que o governo de Tel Aviv queria.

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