José Horta Manzano
O ESRI (Environmental Systems Research Institute) é uma entidade americana que gere poderosa plataforma cartográfica de análise. Alimentada pelos dados da Universidade Johns Hopkins, o instituto mantém um mapa interativo da propagação da covid-19 no planeta.
O mapa mostra a mortalidade, não em números absolutos, mas por 100.000 habitantes, uma abordagem que reflete melhor o estrago provocado pela doença. De fato, algumas centenas de óbitos num pequeno país podem representar uma baixa relativamente mais importante do que centenas de milhares de mortes num país mais populoso.
Em números absolutos, os EUA e o Brasil são os mais atingidos pela epidemia. Porém, em número de mortos por 100.000 habitantes, o quadro se modifica. Excluindo casos anômalos, como San Marino, Andorra e outros micropaíses, a lista macabra dos 10 mais atingidos é a seguinte:
Mortes por 100.000 habitantes
Bélgica 85,7
Reino Unido 71,5
Peru 63,8
Espanha 58,3
Suécia 57,7
Itália 56,6
Chile 54,6
EUA 47,6
Brasil 45,7
França 45,2
A maioria de nossos vizinhos sul-americanos está em situação bem mais confortável que a nossa:
Mortes por 100.000 habitantes
Peru 63,8
Chile 54,6
Brasil 45,7
Equador 35,4
Bolívia 29,0
Colômbia 23,1
Argentina 8,6
Suriname 4,6
Guiana 2,9
Uruguai 1,1
Paraguai 0,8
Venezuela 0,8
Observa-se que o confinamento precoce parece ter contido, em certa medida, o avanço da epidemia. Países que, num primeiro momento, deram de ombros às medidas de distanciação social estão pagando conta mais salgada – é o caso do Reino Unido e da Suécia. A Alemanha, que deu resposta rápida à ameaça, exibe quota menos trágica: 11,37 mortos por 100.000 habitantes.
Essa era a situação em 4 de agosto. O problema é que, enquanto o contágio caiu na Europa, continua feroz nas Américas. Fica evidente que as trapalhadas (ordens e contraordens, confinamento e desconfinamento, quarentena vs circulação livre), além de repercutir mal no exterior, contribuíram e continuam contribuindo para a subida incessante dos números.
O link para o mapa interativo original é este.