José Horta Manzano
O uso do verbo falhar em frases do tipo “Ele falhou em fazer tal coisa” é modismo. Poucas décadas atrás, não se via tal construção. Não sei de onde terá vindo; por ser decalque da sintaxe inglesa, imagino que tenha sido introduzida por tradutores apressados. Ou por turistas de retorno de trepidante temporada de vilegiatura na Disneylândia.
Em muitos casos, to fail se traduz por faltar. É verdade que outras acepções se traduzem por falhar. A sintaxe da chamada do jornal soa estranha, estrangeira. Talvez, no futuro, venha a ser completamente aceita; hoje, ainda não é o caso.
A norma culta não prevê ‘falhar em’, mas ‘falhar a’. Falhou ao juramento, por exemplo, é forma legítima.
Pra consertar a chamada, aqui vão duas opções. Ambas conservam o verbo falhar intransitivo.
“Modelo sueco contra coronavírus falha ao não evitar recessão no país”.
“Modelo sueco contra coronavírus falha. Não evita recessão no país”.
Eu já adotei esse estrangeirismo há um bom tempo e não vejo nada de errado com ele. Por outro lado, concordo que suas duas sugestões ficam mais elegantes e mais próprias em português. Algumas vezes, quando não encontro tradução melhor, traduzo simplesmente por “não conseguiu…” [Modelo sueco não conseguiu evitar a recessão]
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Parabéns pela simplificação. Em geral, menos é mais.
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