Falam de nós – 26

José Horta Manzano

No Brasil, os espíritos já vão serenando. Lá fora, no entanto, o mundo continua abismado com a ousadia da maioria de brasileiros que deram voto de confiança a doutor Bolsonaro. Basta abrir qualquer jornal pra encontrar análises tingidas de incompreensão. Este apanhado de manchetes colhidas estes últimos dois dias revela que a ficha ainda não caiu.

La Depêche, França
«Le Brésil est revenu cinquante ans en arrière»
«O Brasil retrocedeu cinquenta anos»

Le Monde, França
«Sergio Moro adhère au programme répressif de Jair Bolsonaro»
«Sergio Moro adere ao programa repressivo de Jair Bolsonaro»

The New York Times (Spanish edition), USA
«Bolsonaro representa el pasado colonial de Brasil»
«Bolsonaro representa o passado colonial do Brasil»

Le Point, França
«Brésil: Bolsonaro et Israël, une relation politico-religieuse à haut risque»
«Brasil: Bolsonaro e Israel, uma relação político-religiosa de alto risco»

Sydöstran, Suécia
«Brasilien: nationalismen ett allvarligt hot mot våra barn»
«Brasil: nacionalismo é ameaça séria contra nossos jovens»

Le Monde, França
«Au Brésil, la détresse des homosexuels et des trans»
«No Brasil, a aflição dos homossexuais e dos trans»

3 pensamentos sobre “Falam de nós – 26

  1. Desculpe-me o modo rude de falar: parece que é você que continua estranhando o estranhamento da imprensa estrangeira. Afinal, o que separa o futuro presidente de outro tiranete qualquer de uma republiqueta de bananas, dessas que abundam na América Latina? Antes mesmo de assumir o cargo, esse senhor já prometeu abandonar o acordo do clima de Paris, deixar a ONU, menosprezar o Mercosul, transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém, liberar o uso mais intensivo de agrotóxicos, ceder áreas maiores da Amazônia para agricultura, diminuir o tamanho de reservas indígenas, armar a população, criar escolas militares e implantar a Escola sem Partido, dentre tantas outras coisas rocambolescas. O que mais falta para você se dar conta de que a democracia brasileira está, de fato, correndo sério risco?

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