José Horta Manzano
Dois dias atrás, comentei a ida de nosso despeitado Guia à Paraíba para reinaugurar um dos novos braços do Rio São Francisco bifurcado. Num inacreditável atrevimento, doutor Temer, presidente em exercício, tinha ousado inaugurar oficialmente o trecho dias antes. Na cabeça de nosso demiurgo, o único habilitado a dar boas notícias é ele próprio. Aos demais, cabe apenas anunciar o lado sombrio.
Em desagravo à ofensa de que havia sido vítima, o Lula juntou correligionários, convocou a militância, distribuiu bonés e camisetas vermelhas, contratou transporte coletivo e mandou organizar nova inauguração. Na impossibilidade de qualificá-la de “oficial”, chamou-a de “popular”.
O Diário do Poder informa hoje que o Lula evitou deslocar-se em voo de carreira à Paraíba. De fato, a quase certeza de tomar uma vaia o impede de viajar como um mortal qualquer. Preferiu alugar o Legacy 600 de prefixo PR-AVX, jato particular que um dia pertenceu Eike Batista (hoje inquilino do Complexo Penitenciário de Bangu).
Sabe-se que o fretamento desse jato para viagem de ida e volta à Paraíba sai por volta de 100 mil reais. Nem o PT nem o escritório político do Lula (também conhecido como “instituto”) assumem ter pagado um centavo. O distinto leitor tem liberdade total para imaginar a origem do financiamento da viagem.

