Sebastião Nery (*)
O primeiro ministro da Fazenda do Brasil era corrupto. O primeiro ministro da Justiça do Brasil era corrupto.
O governador-geral Tomé de Souza, nomeado pelo rei de Portugal, desembarcou em Salvador em 1549, instalando a primeira capital do Brasil.
Os dois principais colaboradores do nascente poder colonial eram fidalgos portugueses com prestígio na corte de Lisboa. O primeiro, Antonio Cardoso de Barros, provedor-mor, era responsável pela arrecadação de impostos. O segundo, Pero Borges, ouvidor-mor, administrava a justiça. Roubaram muito, ficaram riquíssimos.
Pero Borges não veio por vontade própria. Havia sido condenado pela justiça portuguesa por ato de corrupção. Motivo: administrador da obra, desviara parte do dinheiro destinado à construção do aqueduto de Mafra, cidade próxima a Lisboa. Para livrá-lo da prisão, as relações familiares, com prestígio na Casa Real, negociaram sua vinda ao Brasil.
Quanto a Antônio Cardoso de Barros, foi designado administrador das finanças públicas e gestor da economia. Sua missão: arranjar recursos para a construção da cidade de Salvador e áreas do Recôncavo baiano. Era de fato o ministro da Fazenda, tributando com rigor os poucos engenhos de açúcar já existentes. Parte dos recursos era incorporada a seu patrimônio pessoal. Ficou milionário e tornou-se proprietário de engenhos, acumulando poder e fortuna.
Era o tiro de largada na roubalheira do patrimônio público no Brasil.
(*) Excertos de artigo do jornalista Sebastião Nery.

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11012015.
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