O feioso português da presidenta

Carlos Eduardo Gonçalves (*)

Este escriba aqui não vota em Dilma não, apesar de já ter votado em Lula, em 2006.

Os motivos são diversos, mas destaco dois: a incompetência no manejo da economia e a corrupção sistêmica.

Tem um terceiro, porém, que pode até ser menos relevante, mas que, confesso, me gera certa repulsa e me motivou a rascunhar este post: o uso do português pela presidenta.

Dilma, desculpe-me, mas seu português é de estarrecer. Embaralhado, sem fluência, sem um charmezinho sequer.

Além disso, muitas vezes não dá mesmo para entender o que ela quer dizer, tortuosas estruturas de difícil apreensão, idas e vindas labirínticas. E aquele repetir infinito do «no que se refere», tão pouco natural e sinalizando escassez de termos e expressões substitutas.

A presidenta já citou o Velho do Restelo para criticar os críticos, mas será que leu efetivamente Camões?

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(*) Carlos Eduardo Gonçalves é economista, escritor e professor da USP. Edita o blogue Prosa Curta, alojado no Estadão.

2 pensamentos sobre “O feioso português da presidenta

  1. Pra quem abre suas falas com “sabe porque”… ao conseguir, no debate, surpreendentemente formar uma frase curta contendo as palavras pujança e democracia, fiquei me perguntando se ela sabia o que estava dizendo ou se foi só um vomitar de palavras, que apesar da situação atual não se harmonizarem, aparentemente deram certo. “Sabe porque”, desconfio que D. Dilma bateu no liquidificador o Aurélio.

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    • Além de ter batido o Aurélio no liquidificador, guardou os miolos no congelador. Estão lá desde os anos 70 quando, filha rebelde de família de fino trato, a moça aderiu a certas ideias.

      Ela não entendia bem que ideias eram aquelas, mas estava na moda. O chato é que a moda passou mas dona Dilma não se deu conta. Justamente porque os miolos estão congelados, pobrezinha.

      Hoje, por falta de ideias, virou marionete de marqueteiro. Só faz repetir o que lhe sugerem. Tudo o que diz e faz soa falso e ensaiado. Sua fala soa tão artificial como o rosto paralisado por injeções de botox responsáveis por aquele semblante inexpressivo.

      Nos tempos que correm, é bobagem grossa tentar disfarçar a idade. Qualquer um tem acesso a avenidas de informação. Todos sabem que a “muié do Lula” completa 67 primaveras daqui a dois meses. E daí? Velhice não é corrupção nem doença contagiosa. Sou mais velho que ela e nem por isso me sinto pestiferado.

      De todo modo, a feiura dela é bem maior do que a aparência física mostra. É feiura impregnada, adentrada, incorporada. Dessas que nem as artes do doutor Pitanguy conseguiriam extirpar.

      Obrigado pela visita, Michèle.

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