José Horta Manzano
Foi-se o João Ubaldo, grande entre os grandes. Assim como quem não quer dar incômodo a ninguém, foi-se de mansinho, logo de manhã cedinho, sem prevenir.
Foi-se aquele que escrevia com sotaque. Aquele que fazia brotar sorrisos a cada parágrafo. Inteligência aguda e ironia fina eram os ingredientes maiores de seu receituário.
E culto também, o homem! Chegou a traduzir ― ele mesmo ― um de seus romances para o inglês. Falava alemão, coisa rara para quem não é descendente.
Sua escrita era como uma conversa ao pé do fogo, informal, amiga, imperdível.
Enfim, que fazer? A vida é assim mesmo. Como diz o outro, pra morrer, basta estar vivo. Mas, cá entre nós, tem gente que merecia viver uns 150 anos.
O baiano João Ubaldo leva consigo um pedaço da inteligência nacional. E como vai fazer falta!
Para ler sua última crônica, publicada post-mortem pelo Estadão, clique aqui.

Pingback: João Ubaldo Ribeiro foi-se! | Caetano de Campos
E como…
CurtirCurtir