Carlos Eduardo Gonçalves (*)
Este escriba aqui não vota em Dilma não, apesar de já ter votado em Lula, em 2006.
Os motivos são diversos, mas destaco dois: a incompetência no manejo da economia e a corrupção sistêmica.
Tem um terceiro, porém, que pode até ser menos relevante, mas que, confesso, me gera certa repulsa e me motivou a rascunhar este post: o uso do português pela presidenta.
Dilma, desculpe-me, mas seu português é de estarrecer. Embaralhado, sem fluência, sem um charmezinho sequer.
Além disso, muitas vezes não dá mesmo para entender o que ela quer dizer, tortuosas estruturas de difícil apreensão, idas e vindas labirínticas. E aquele repetir infinito do «no que se refere», tão pouco natural e sinalizando escassez de termos e expressões substitutas.
A presidenta já citou o Velho do Restelo para criticar os críticos, mas será que leu efetivamente Camões?
(*) Carlos Eduardo Gonçalves é economista, escritor e professor da USP. Edita o blogue Prosa Curta, alojado no Estadão.
