Saiu hoje no Diário Oficial a indicação de Cristiano Zanin para preencher a vaga aberta pela aposentadoria de Ricardo Lewandowski. Como é de conhecimento geral, Zanin é amigo pessoal do presidente Lula da Silva. Vem defendendo o atual presidente desde há muitos anos, tendo notadamente enfrentado o auge dos processos da Lava a Jato. Um amigo valioso.
O jornalista Lauro Jardim lembrou, em sua coluna n’O Globo, da declaração feita por Lula durante a campanha eleitoral de seis meses atrás. Quando de um debate na Band, o ora presidente foi veemente:
“Estou convencido que mexer na Suprema Corte para colocar amigo, para colocar companheiro, para colocar partidário é um atraso, um retrocesso que a República brasileira já conhece muito bem. Eu sou contra.”
Não diga! É contra mesmo?
O distinto está surpreso? Pois não devia. Nesse particular, Lula é reincidente. Durante seus primeiros mandatos, já tinha incorrido no mesmo pecado ao indicar para o STF seu amigo Ricardo Lewandowski.
Na época, muitos criticaram a escolha, não tanto pelo nepotismo explícito como pelo fato de o indicado não ser dono de notável saber jurídico como exige a Constituição. Passou na sabatina assim mesmo.
Zanin, o atual indicado, tampouco é personagem carregado de diplomas. Vai passar do mesmo jeito.
Afinal, estamos no Brasil, país onde a palavra de um figurão público vale menos que um bilhete corrido.