Ministra negra no STF

José Horta Manzano

Não sei a você, caro leitor, mas a mim, uma demanda do tipo “Queremos uma ministra negra no STF!” soa igualzinho à fala de um ex-presidente (de triste memória), que um dia se decidiu por um ministro “terrivelmente evangélico”. Cara dum, focinho do outro.

E olhe que não é difícil entender o que está em jogo. A Constituição reza que cada novo integrante do Supremo seja um(a) cidadão(ã) de ilibada reputação e notório saber jurídico. É simples, não?

A cor da pele, a origem étnica, o sexo, as convicções políticas, a fé religiosa não são critérios adequados para a escolha de magistrados do STF. Não se está a escolher um dirigente de torcida organizada.

Afinal, o cargo de ministro do Tribunal Maior não é (ou não deveria ser) um prêmio que se confere a um amigo. É encargo que se impõe a uma pessoa que, em princípio, passará o resto de sua vida profissional ajudando a segurar as rédeas da nação. Não é pra qualquer um.