José Horta Manzano
Faz três semanas, a revista Congresso em Foco publicou o resultado de estudo levado a cabo entre 13 de junho e 14 de agosto deste ano. O levantamento deve ter dado muito trabalho de pesquisa. Visava a apontar quais, entre os 513 deputados e 81 senadores, eram réus em ações criminais. Como se sabe, nossa elite dirigente não é composta de seres comuns como nós. Eventuais «malfeitos» desse povo não passam pela delegacia da esquina ― são julgados diretamente pelos juízes maiores, os do STF.
A lista final é assustadoramente longa. Parece brincadeira, mas não é. O número de senadores acusados é proporcionalmente idêntico ao de deputados que respondem a processo penal. São 37% dos senadores e 37% dos deputados. Imaginam o que isso significa? Mais de um terço de suas excelências têm alguma pendenga com a Justiça criminal! Não estamos falando de litígio de condomínio, discussão com vizinho, injúria, calúnia, ofensa à honra, despejo por falta de pagamento. Trata-se realmente de acusações penais, daquelas que, para gente menos privilegiada, costumam render cadeia.
Todos os Estados e todos os partidos estão representados na lista. Sobra para todos. E que fazemos nós outros? Continuamos a votar nessa gente? Quem preferir esperar pela condenação definitiva pode se sentar num sofá bem confortável. Ainda periga tardar anos e anos. Até lá, vão todos continuar tentando se reeleger, que é uma maneira de conservar seus privilégios.
Para quem quiser conferir, a lista completa está no site de Congresso em Foco. Clique aqui para ver a impressionante lista nominal.
