José Horta Manzano
Saiu n’O Globo de hoje um primor de artigo. Ele promete revelar os alimentos milagrosos para controlar o colesterol. “Oba, vamos dar uma olhada” – pensei.
De fato, o longo texto trazia diversos subtítulos, um para cada categoria de alimento. Entre eles, o subcapítulo dos “Vegetais de folhas verdes”. Achei esquisito.
Por mais que eu me esforce, não me vem à cabeça nenhum vegetal comestível com folhas de outra cor. Não me lembro de ter comido planta de folha azul, roxa, cor-de-rosa. Foram sempre de folhas verdes.
Depois de ler o capítulo inteiro, desconfiei que a novilinguesca expressão “vegetais de folhas verdes” é provável tradução canhestra de alguma expressão inglesa.
Talvez soe natural a ouvidos modernos; a mim, não. Ainda sou do tempo em que “vegetais de folhas verdes” se chamavam verduras.
Pra regular o colesterol, prefira o original.
Naqueles que comem verdura, a saúde perdura.
Fico imaginando a mãe de Joãozinho chamando para o almoço. “Vem almoçar, filho, preparei um ensopado de “vegetais de folhas verdes” que está uma delícia!”
Será?


Pois eu conheço vegetais que têm folhas não-verdes: alface e repolho roxos.
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Se seguirmos os conselhos do artigo, esses devem ser banidos da alimentação dos que quiserem controlar o colesterol. Só “vegetais de folhas verdes” entram no regime.
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Aí a coisa pega. Será que a cor tem a ver com gordura? Esse seria um estudo certamente candidato ao prêmio Ig Nóbil. Acabo de ler uma reportagem sobre outro estudo que afirma que as pessoas que dormem sobre o lado direito estão mais propensas a terem distúrbios de humor. Como não posso dormir sobre o lado esquerdo, de longe o meu preferido, estou fortemente preocupada.
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Realmente, é um problema sinistro.
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Ai, essa doeu! Um trocadilho infame para quem sabe o que significa sinistro na língua portuguesa.
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