Meu mascote?

José Horta Manzano

Chamada do Estadão, 27 mar 2016

Chamada do Estadão, 27 mar 2016

Negativo. Por mais que seu cãozinho seja macho, será sempre SUA mascote. Mascote é substantivo do gênero feminino. O mesmo vale, naturalmente, para seu gatinho, seu papagaio, seu hamster. Vale até para seu elefante, bichinho de estimação para quem dispõe de casa espaçosa. Igualdade de «gênero» não vigora neste caso.

Mascote vem do latim tardio masca, termo da mesma família que máscara. Na Idade Média, designava a feiticeira. Certos dialetos do Piemonte (Itália) e alguns falares da Provença (França) ainda usam masca no sentido de bruxa.

Uma ópera cômica foi responsável pela popularização da palavra. Foi La Mascotte, musicada pelo francês Edmond Audran, cuja primeira representação foi dada em 1880 em Paris. O sucesso imediato fez que o termo corresse mundo.

Na ópera, a personagem Bettina é a mascote, uma moça que espalha a sorte a seu redor e que, portanto, todos querem ter por perto. A jovem estava mais pra fada que pra bruxa. Daí vem o moderno sentido da palavra. Em princípio, usamos mascote para nos referir a um ser vivo, enquanto amuleto é reservado para um objeto.

5 pensamentos sobre “Meu mascote?

  1. Superinteressante! Por sorte, tenho só fêmeas e, portanto, duas mascotes. Agora me ocorre perguntar: aqueles bonecos que são usados em eventos esportivos como Olimpíadas, Copa do Mundo, etc. são chamados de mascote. Será que eles são, na verdade, amuletos? Se forem, o nosso parece não ter funcionado muito bem em 2014 – não é mesmo?

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  2. Chamou-me a atenção, além do texto em si, o que está no início da mensagem do recorte: “rolê animal”, quando devia ser “rolé”, com acento agudo, já que “rolê” é um tipo de bife e também um movimento da capoeira, ficando “rolé” para sinônimo de passeio.

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