José Horta Manzano
«Lo que hoy empieza a dar miedo es que algunas fuerzas políticas, tentadas por el demonio de la perpetuación en el poder a cualquier precio, en vez de buscar soluciones para la salida de la crisis, puedan acabar dividiendo al país como sucede ya en Argentina y Venezuela, con tentaciones, como en aquellos países, de amordazar la información libre.»
«O perigo atual é que algumas forças políticas – obsessionadas pela perpetuação no poder a qualquer preço –, em vez de procurar soluções para sair da crise, acabem fraturando o país e tentando amordaçar a livre informação, tal como já acontece na Argentina e na Venezuela.»
Enquanto os brasileiros, temporariamente anestesiados, ‘pulam’ seu carnavalzinho, analistas internacionais externam preocupação quanto ao que está para acontecer logo depois que momo tiver deposto sua coroa.
A exemplo, leia-se o interessante artigo do jornalista e escritor Juan Arias Martínez, publicado em 16 fev° 2015 pelo quotidiano espanhol El País. Numa comparação entre o caráter brasileiro e o de seus vizinhos de parede, o articulista conclui que, onde outros povos latino-americanos costumam se dividir em blocos fratricidas, o brasileiro sempre se mostrou unido na adversidade.
Cita o movimento das Diretas Já e as Manifestações de Junho 2013. Ressalta que, na hora do aperto, os brasileiros costumam se agregar em torno de uma só ideia, diferentemente de seus vizinhos. Venezuelanos, argentinos e outros hermanos tendem a se fragmentar em blocos antagônicos.
As lentes do analista espanhol temem que o vírus da desagregação social nos esteja contaminando. Cita o crescente clamor pela destituição da presidente, contrabalançado por resistência feroz de grupos que apoiam a mandatária – aqueles que línguas venenosas qualificam como «militância paga».
Do ‘nossas roupas comuns dependuradas’ estamos passando para o ‘dois pra lá, dois pra cá’. Da luta pelo bem comum, vamos lentamente escorregando para o encorajamento a erradicar aqueles que não pensam como nós.
Arias menciona a Petrobrás, o juiz Moro, a operação Lava a Jato, a pesquisa Datafolha, a Constituição. Lembra também que manifestações de âmbito nacional estão convocadas para 15 de março. Diz que é difícil saber que «eco popular» poderão ter as passeatas.
Também, pudera. Num país onde se vai dormir sem saber se no dia seguinte a lei não terá mudado, nem bola de cristal ajuda a adivinhar o futuro. Quem viver verá.
Que clique aqui quem quiser ler o artigo na íntegra.
Os “estúdios” da realidade estão a todo vapor, preparando um filme do tipo “The Day After” para o Brasil. Claro que já foi escalada a protagonista que é a famosa Decepção do Povão. Como o próprio assunto deste texto sugere (assim como a fonte mencionada), resta saber se vão se posicionar duas metades em perpétuo confronto, ou se ambas finalmente se unirão na tradicional luta pela sobrevivência. Somente a intensidade da dor vai dar o tom desse filme.
CurtirCurtir
Por enquanto, o enredo segue fiel a Hitchcock. Vamos torcer para que o desfecho esteja mais pra «happy end» do que pra filme de horror, Jaciel. Pelo ranger da carroça, não vai demorar muito.
CurtirCurtir