José Horta Manzano
Estes dias realizaram-se no Brasil partidas de tênis de exibição. Alguns dos melhores jogadores do mundo se apresentaram, uma festa! Ainda por cima, coincidiu com um período de calor excepcional. Se alguém não gostou, não ousou reclamar.
O Brasil conseguiu apresentar os dois únicos campeões nacionais que, em 50 anos (meio século), conseguiram a proeza de subir aos pódios mais importantes. Somente dois: Maria Esther Bueno e Gustavo Kürtner.
Concordamos todos que o tênis não é, nunca foi, nem nunca será um esporte de arromba, daqueles de arrastar multidões. Mas, convenhamos, para uma população que, neste meio século, mais que triplicou, passando dos 60 milhões dos anos 50 aos 200 milhões de hoje, dois campeões é muito pouco.
Ainda hoje uma amiga e grande apreciadora de tênis, comentava comigo sobre essa escassez de tenistas tupiniquins. Ela me dizia, muito justamente: “E logo no Brasil, onde faz calor!”. É verdade. Nestas latitudes geladas em que vivemos, não se pode treinar o ano inteiro. Quadras cobertas custam os olhos da cara e não se encontram em cada vilarejo.
Já no Brasil, grosso modo, basta delimitar o espaço, instalar uma rede no meio e… pronto! Pode-se jogar 365 dias por ano ― desde que não chova, é claro. A própria Austrália, que tem clima comparável ao do Brasil mas um décimo de nossa população, é grande produtora de bons tenistas.
Alguém poderia me dizer qual é a razão dessa disparidade? Será que o futebolístico Fuleco não poderia dar uma mãozinha aos abandonados tenistas?

