José Horta Manzano
Você sabia?
Diferentemente da Idade Média, quando um golpe de punção bastava para cunhar moeda, os tempos atuais são bem mais exigentes. Apesar de toda a inflação sofrida pelo real de 1994 para cá, as moedas metálicas ainda fazem parte do quotidiano dos brasileiros.
As máquinas usadas para a cunhagem tornaram-se aparelhos de alta precisão. Empregam tecnologia a raios laser e software sofisticado. Dada a exiguidade do mercado, poucas são as firmas especializadas no ramo. A saber meu, não há quem produza maquinário desse tipo no Brasil.
Por estes dias, a Casa da Moeda do Brasil passa a produzir as moedinhas de real com novo aparelho. A ultrassofisticada máquina vem de muito longe: da província de Treviso, ao norte de Veneza, Itália.
Um dos pilares da força econômica da Itália é o dinamismo de suas pequenas indústrias. A península não vive só de Fiat e de Pirelli. São dezenas de milhares de pequenas firmas que movimentam a economia, criam empregos e impulsionam a exportação.
A máquina que acaba de ser importada pela Casa da Moeda vem de uma pequena indústria familiar de apenas 40 funcionários. Orgulhosos, os sete mil e poucos habitantes do vilarejo em cuja periferia se situa a fábrica estão em festa. Imagine só: uma fabricazinha de 40 pessoas que fornece os meios de produzir moedas para 200 milhões de usuários!
Envaidecidas, as gazetas regionais deram a notícia com destaque. Gabam-se de um «piccolo miracolo italiano», um pequeno milagre italiano. A firmazinha enfrentou concorrentes internacionais de peso e acabou vencendo a concorrência.
Aqui está a notícia, de tom ufanista, publicada na imprensa regional italiana: