José Horta Manzano
Dois dias atrás, o Estadão publicou em editorial:
«O senador Renan Calheiros, alvo de 17 inquéritos em curso no Supremo, resolveu dar seu apoio explícito a Bolsonaro, dizendo que o presidente “pode deixar um grande legado para o Brasil que é o desmonte desse Estado policialesco que tomou conta de nosso país” – em referência à Operação Lava Jato.
Segundo Renan Calheiros, a nomeação de Kassio Marques para o Supremo, bem como a de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República e a demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, faz parte desse “desmonte”.»
O distinto leitor tem medo da Lava a Jato? Receia ser apanhado e terminar na Papuda, em Bangu 8 ou noutro estabelecimento penitenciário? Tenho certeza de que não. Corruptos não frequentam este espaço, que isto aqui é lugar de gente séria. Eu também não receio a Lava a Jato nem nenhuma outra operação contra ladrões do dinheiro do Estado.
Pois então, como é que fica? Quem é que tem medo da Lava a Jato? Quem e por que – a começar pelo presidente da República – sonha com seu “desmonte”?
Não precisa nem perguntar, pois não? Quando alguém, seja quem for, se mostrar favorável ao fim de operações de caça aos corruptos, desconfie. É bem provável que esteja com o rabo preso.
Coincidentemente, sua reflexão acontece no mesmo dia em que acordamos horrorizados com a notícia de que o vice-líder do governo Bolsonaro foi pego com 30 mil reais na cueca (mais especificamente entre as nádegas, sem proteção higiênica) e apenas um dia depois do ex-capitão prometer dar uma voadora no pescoço de quem se desviar do caminho do bem. Vale a pergunta: vivemos num estado policialesco ou num inferno dantesco?
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Considerando que o Estado não escorregou de uma nuvem nem foi trazido por homenzinhos verdes extraterrestres, a constatação é triste mas “inescapável”: ele é o que nós mesmos geramos.
Falando em dinheiro, se eu fosse marqueteiro de operadora de cartão de crédito, não deixaria escapar a ocasião de mostrar como é vantajoso e higiênico ter na carteira um cartão sem contacto (em português: contactless).
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Muito bem pensado! Meu total apoio à iniciativa, altissimamente necessária nestes tempos terríveis de pandemia
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Esse senador é o maior malandro de rabo preso!
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